O Porto está a tornar-se uma cidade violenta, mas ninguém quer saber. É assaltos em pleno dia, armas a circular sem qualquer pejo, droga à descarada e muitos ajustes de contas. Após ler uma reportagem, considero interessantes algumas coisas para que tenham noção:
"Durante o interrogatório, a ‘vítima’, o segurança José Manuel, calmo e seguro, não se mostrou minimamente colaborante com a Acusação e nem por uma vez se voltou para trás, onde António Quicanga, um angolano imenso de 39 anos, ex-pugilista do Boavista, também segurança na noite portuense, sentado no banco dos réus, só dava mostras de estar preocupado com o aspecto da biqueira dos seus sapatos
(...)
O advogado de Defesa escrevinhava distraidamente num papel já sem espaço para muitos mais desenhos de espirais e lançava furtivas espreitadelas para ler a expressão do juiz presidente do colectivo; o procurador recostava-se na cadeira, derrotado, subitamente recordado de que os óculos estavam embaciados, passando a limpar cuidadosamente as lentes.
(...)
. O ex-pugilista ouviu a leitura do acórdão poucas semanas depois, concretamente no passado dia 17 de Julho, ficando a saber que fora condenado a 18 meses de prisão, suspensos por dois anos. O juiz, resignado – “juram falso, assim é impossível fazer Justiça”, desabafou a dada altura –, recordou que as contradições e falta de colaboração das testemunhas não permitiram provar em tribunal que os tiros que o arguido confessou ter disparado com a sua pistola 7,65 mm tinham a intenção de causar a morte.
(...)
A Polícia Judiciária admite que se trate de mais um episódio de uma guerra entre grupos cujo mais recente episódio ocorreu no River Caffé, no dia 7 deste mês. Nessa madrugada desencadeou-se um tiroteio no interior daquele bar da marginal do Porto, que se estendeu para a via pública. Foram alvejadas três pessoas, um casal de clientes que nada tinha a ver com o caso e um outro homem, baleado no abdómen
Um jovem de 18 anos, Tiago, travou-se de razões com um indivíduo no interior do bar. Para resolver a questão em definitivo foi ao carro buscar a pistola. O oponente esperou-o, desafiador, à porta. O jovem já regressava quando dois amigos o tentaram agarrar. Tiago disparou um tiro para o ar. Uma segunda bala entrou na câmara e um segundo tiro atingiu no peito Igor, de 21 anos. Morreu em segundos.
Trata-se de miúdos dos bairros do Cerco do Porto, de S. Roque e outros da vizinhança. Estão ligados ao tráfico de droga e constituem grupos que gostam de exibir o seu ‘machismo’ de pacotilha em imitações baratas de filmes série B, de onde bebem o sentido de vingança mas desprezam o de justiça. Estes são os líderes da zona, vão sofisticando os métodos, passam dos furtos para assaltos à mão armada, carjacking, ataques a casais de namorados.
Os mais fracos ficam pelo consumo da droga que pagam com furtos, passando os dias pateticamente sentados nas escadas do bairro, de olhos vidrados postos num futuro que termina dentro de poucas horas, quando vem a ressaca.
(...)
Margot Larose, mãe de Diogo Kohler, continua a exigir à Justiça a punição dos dois homens que mataram o seu único filho, de 23 anos, à pancada, numa confeitaria da Foz, em 2004. Foi ali que dois conhecidos seguranças decidiram ajustar contas com Diogo, que nos últimos dias dava sinais de intranquilidade. “Íamos para o Algarve passar uns dias pois eu percebi que ele andava a ser pressionado por alguém”, recordou ontem ao CM a mãe de Diogo. Em julgamento, um dos suspeitos foi absolvido e outro condenado a três anos prisão com pena suspensa por quatro. O caso vai subir à Relação pois Margot não se conforma. Esta semana espalhou cartazes pela cidade, lembrando a sua dor e o sentimento de que a Justiça ainda está por cumprir. "
"Durante o interrogatório, a ‘vítima’, o segurança José Manuel, calmo e seguro, não se mostrou minimamente colaborante com a Acusação e nem por uma vez se voltou para trás, onde António Quicanga, um angolano imenso de 39 anos, ex-pugilista do Boavista, também segurança na noite portuense, sentado no banco dos réus, só dava mostras de estar preocupado com o aspecto da biqueira dos seus sapatos
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O advogado de Defesa escrevinhava distraidamente num papel já sem espaço para muitos mais desenhos de espirais e lançava furtivas espreitadelas para ler a expressão do juiz presidente do colectivo; o procurador recostava-se na cadeira, derrotado, subitamente recordado de que os óculos estavam embaciados, passando a limpar cuidadosamente as lentes.
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. O ex-pugilista ouviu a leitura do acórdão poucas semanas depois, concretamente no passado dia 17 de Julho, ficando a saber que fora condenado a 18 meses de prisão, suspensos por dois anos. O juiz, resignado – “juram falso, assim é impossível fazer Justiça”, desabafou a dada altura –, recordou que as contradições e falta de colaboração das testemunhas não permitiram provar em tribunal que os tiros que o arguido confessou ter disparado com a sua pistola 7,65 mm tinham a intenção de causar a morte.
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A Polícia Judiciária admite que se trate de mais um episódio de uma guerra entre grupos cujo mais recente episódio ocorreu no River Caffé, no dia 7 deste mês. Nessa madrugada desencadeou-se um tiroteio no interior daquele bar da marginal do Porto, que se estendeu para a via pública. Foram alvejadas três pessoas, um casal de clientes que nada tinha a ver com o caso e um outro homem, baleado no abdómen
Um jovem de 18 anos, Tiago, travou-se de razões com um indivíduo no interior do bar. Para resolver a questão em definitivo foi ao carro buscar a pistola. O oponente esperou-o, desafiador, à porta. O jovem já regressava quando dois amigos o tentaram agarrar. Tiago disparou um tiro para o ar. Uma segunda bala entrou na câmara e um segundo tiro atingiu no peito Igor, de 21 anos. Morreu em segundos.
Trata-se de miúdos dos bairros do Cerco do Porto, de S. Roque e outros da vizinhança. Estão ligados ao tráfico de droga e constituem grupos que gostam de exibir o seu ‘machismo’ de pacotilha em imitações baratas de filmes série B, de onde bebem o sentido de vingança mas desprezam o de justiça. Estes são os líderes da zona, vão sofisticando os métodos, passam dos furtos para assaltos à mão armada, carjacking, ataques a casais de namorados.
Os mais fracos ficam pelo consumo da droga que pagam com furtos, passando os dias pateticamente sentados nas escadas do bairro, de olhos vidrados postos num futuro que termina dentro de poucas horas, quando vem a ressaca.
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Margot Larose, mãe de Diogo Kohler, continua a exigir à Justiça a punição dos dois homens que mataram o seu único filho, de 23 anos, à pancada, numa confeitaria da Foz, em 2004. Foi ali que dois conhecidos seguranças decidiram ajustar contas com Diogo, que nos últimos dias dava sinais de intranquilidade. “Íamos para o Algarve passar uns dias pois eu percebi que ele andava a ser pressionado por alguém”, recordou ontem ao CM a mãe de Diogo. Em julgamento, um dos suspeitos foi absolvido e outro condenado a três anos prisão com pena suspensa por quatro. O caso vai subir à Relação pois Margot não se conforma. Esta semana espalhou cartazes pela cidade, lembrando a sua dor e o sentimento de que a Justiça ainda está por cumprir. "
in CM
E lembrem-se sempre disto: Alguns bares mais ‘problemáticos’ estão conotados com a lavagem de dinheiro da droga, mas a tendência actual é a de criar stands de automóveis. E alguns de vocês conhecem um ou outro caso, de pessoas que vivem da noite e fazem de conta que estudam... etc etc..
Por isso, não basta estar longe destes locais. É necessário estar bem atento, porque com sorte isto pode passar mesmo ao vosso lado..
E lembrem-se sempre disto: Alguns bares mais ‘problemáticos’ estão conotados com a lavagem de dinheiro da droga, mas a tendência actual é a de criar stands de automóveis. E alguns de vocês conhecem um ou outro caso, de pessoas que vivem da noite e fazem de conta que estudam... etc etc..
Por isso, não basta estar longe destes locais. É necessário estar bem atento, porque com sorte isto pode passar mesmo ao vosso lado..
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