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sexta-feira, novembro 16, 2007

Estavam elas a dizer...

Saindo eu do meu atarefado trabalho, estava a fazer zapping no rádio e sintonizei a Antena 3, onde estavam a passar um debate com a Ana Bola e a Ana Galvão sobre os dramas dos jovens, e dos casais que ficam sem nada porque embarcam na conversa de ter casa e carro próprios.
Fiquei mesmo entretido a ouvi-las falar principalmente por terem experiência de vida. Concordei em pleno com elas. Os jovens vão todos na onda dos bancos de possuir uma casa a pagar em 40 anos quando, muita das vezes já não conseguirão chegar ao fim e dizer finalmente: isto é mesmo meu!
REalmente a matemática neste pais tem de ir muito mal. Um casal, metendo-se numa prestação de 120 a 150 contos, está votado ao destino. Nenhum Banco Central, vai deixar de aumentar taxas de juro para corrigir desvios económicos só porque num pais de capitalistas sem dinheiro para o serem, gostam todos de comprar casa. Subindo a taxa, sobe a prestação... 20 euros 50 euros... para muitos já vai em 180 200 contos...
Fazer um investimento a 30 ou 40 anos exije ter noção da realidade economica. Os empregos hoje em dia não são vitalicios. Os seguros e as taxas não são fixos. E os infortúnios também não são programados. Perante isto não é preferivel alugar por 80 ou 100 contos um apartamento?
Depois e acompanhando o raciocionio da Ana Bola, há casais que querem não só comprar uma casa, mas uma casa xpto, com assoalhadas de sobra boas àreas e acabamentos de qualidade. Por isso vão comprar no suburbio dos suburbios. E depois? Demoram duas horas a chegar a casa. Custa-me a crer que hajam pessoas a colocar o carro mais perto do emprego para apanharem menos transito de noite. Não posso entender como pessoas se levantam de madrugada para evitar filas de transito e percorrer uns quantos kilometros tudo pelo sonho de ser escravo do seu banco. Será que as pessoas não entendem donde provêm os lucros astronómicos dos bancos? Será dos PPR? Dos fundos de acções? Dos investimentos das empresas? Das comissões bancárias?
Fazendo as contas com a minha irmã por alto chegamos à conclusão que na primeira metade de pagamento de uma casa, pagamos mais de juros e comissões bancárias do que a amortização da casa. Só não faz contas quem não quer.
Ainda assim há o mito de que não existem casas para arrendar. Mentira. Os estudantes sabem isso melhor do que ninguém. E olhem que se procurarem bem e não pedirem apartamentos novos junto dos locais da moda, concerteza que arranjam um lugar cómodo e relaxado. E não precisam de ter um pai rico..

2 comentários:

à experiência disse...

"atarefado trabalho"... pahhhhhh! :P

Anónimo disse...

Compreende-se o desejo que a população tem de crescer financeiramente de uma forma fácil. Não estou a dizer que concorde, até discordo, mas compreende-se.

Numa sociedade em que desde pequeninho tu és discriminado porque não tens determinada roupa ou brinquedo é normal que algumas pessoas não consigam arranjar estratégias de "cooping" e se "vendam" aos bancos pelo sonho de um dia ao sol... e nem sempre é para comprar uma casa... problema para o qual arranjaste uma solução bastante razoável... às vezes são despesas que a nós nos parecem bem mais fúteis... e que no entanto estão a desempenhar um grande papel na auto-estima daquela pessoa!

De facto, Luís, o que disseste no final não é verdade... se queres ter uma vida assegurada das três uma, ou tens de facto pais ricos e mais que isso... pais que estejam dispostos a financiar-te (others may know better...), ou entraste em Medicina e tens um emprego garantido com um bom ordenado... (até ver...) ou tens uma sorte do caraças (e pagam-te bem por outro emprego ou ganhaste a lotaria/jackpot/bimgo (n sei se o bingo dá muito dinheiro)).

De qualquer forma tenho muita pena pela nossa geração... que não consegue aceitar as suas limitações... a solução nao está em alugar em vez de comprar... está em mudar mentalidades para que as pessoas se sintam bem com elas próprias não precisando de comprar tanto.

This may sound just like a cliché... well... even clichés may bear the truth sometimes...

Um abraço,

Pedro Azevedo