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sábado, novembro 25, 2006

Democracia PCP

o PCP age como se fosse uma multinacional predadora. Rapidamente o partido dos operários torna-se um patrão severo e insensível. Afasta os seus próprios "empregados". Retira-lhes a confiança política. Entrega-os ao seu destino. O PCP torna-se na General Motors da democracia portuguesa, no partido do dumping político.

Foi agora o que sucedeu a três dos seus deputados: Luísa Mesquita, Odete Santos e Abílio Fernandes. O PCP resolveu despedi-los a meio do mandato. Motivo: necessidade de rejuvenescer o partido. Quando digo despedir não exagero. Se há coisa que sempre distinguiu a vivência de um deputado comunista dentro do PCP foi uma espécie de subordinação laboral. Os deputados comunistas vêem--se, sempre se viram, a si mesmos como funcionários. Dedicaram a sua vida ao partido. Viveram no partido. Descontaram para o partido.
As declarações de Luísa Mesquita foram aliás reveladoras: o PCP tê-la-á informado para regressar à sua vida profissional (o ensino) e, como qualquer trabalhador vítima de um processo de despedimento, Mesquita respondeu que "não era aos 57 anos que se começava uma vida académica". Na cabeça dela, a ideia de recomeçar uma vida fora do PCP não se põe. Cedeu a vida ao partido. Não admite que o partido a abandone.

Depois do presidente da Câmara de Setúbal, é a segunda vez que o PCP sobrepõe a vontade do comité à vontade dos eleitores, afastando deputados eleitos em pleno exercício de funções. Não que os restantes partidos sejam inocentes de vícios partidocráticos. O PCP é apenas o nosso caso mais patológico.
artigo DN

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