O poder de batom (Exemplo para Portugal..)
As mulheres ocupam cada vez mais cargos de chefia de Estado e estão presentes nos parlamentos do mundo inteiro 1ª Ministra Moçambique e "Presidenta" da Libéria
Angela Merkel: conservadora, ela é a primeira mulher escolhida para assumir o cargo de chanceler da Alemanha, o terceiro maior PIB do mundo
Política parece ser uma palavra do gênero masculino. No mundo inteiro, desde as primeiras civilizações, o poder sempre foi exercido pelos homens. Mas isso está mudando. Aos poucos, as mulheres começam a ganhar terreno no tabuleiro das relações internacionais. Dois casos recentes ilustram o novo cenário. A Alemanha escolheu pela primeira vez uma mulher como chanceler, em novembro. Trata-se da conservadora Angela Merkel, de 51 anos, bióloga, casada pela segunda vez, sem filhos. No Chile, a socialista Michelle Bachelet, de 53 anos, separada e mãe de três filhos, venceu com folga o primeiro turno da eleição presidencial, realizada em dezembro. Bachelet, Pres. Chile
Nenhuma segue o tradicional modelo feminino de mãe de família. Não é pouca coisa uma mulher ter assumido o comando da Alemanha, o terceiro maior PIB do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos e Japão, mesmo com o baixo índice de crescimento econômico dos últimos anos. Curiosidade: Angela Merkel é protestante, apesar de líder da União Democrata Cristã, partido tradicionalmente dominado por católicos. Já o Chile é um país
conservador, onde a lei do divórcio só foi aprovada no ano passado, e mal resolvido com seu período militar. Michelle Bachelet foi presa e torturada e namorou um guerrilheiro. 'Sou mulher, socialista, vítima da ditadura, separada e agnóstica. Junto cinco pecados capitais', ironiza.
Foto: Hugo Infrante/Polaris/ Other Images
Michelle Bachelet: presa e torturada durante a ditadura de Augusto Pinochet, venceu com folga o primeiro turno da eleição presidencial do Chile, em dezembro
Angela Merkel e Michelle Bachelet são casos emblemáticos, mas não isolados. As mulheres têm ocupado cada vez mais cargos de chefia de Estado. Até o final de 2005, governavam dez países: Nova Zelândia, Bangladesh, Moçambique, Irlanda, Finlândia, Letônia, Filipinas, Sri Lanka e Libéria, além de Alemanha (veja quadro). Ainda é pouco - são 191 os países membros da ONU -,
Presidenta da Finlândia
mas representa um aumento considerável da participação feminina no poder em relação a duas décadas atrás, quando a britânica Margaret Thatcher, a dama-de-ferro, era a única a liderar uma nação. Antes dela, apenas quatro mulheres haviam passado pelo mesmo posto.
As mulheres estão mais presentes também em cargos legislativos. Segundo a União Interparlamentária, com sede na Suíça, elas ocupam atualmente 16% dos parlamentos no mundo. Há dez anos, esse índice era de 11,2%. Cotas mínimas obrigatórias vigoram em 50 países, entre eles o Iraque e o Afeganistão.
A bancada do batom tem uma participação particularmente expressiva nos países europeus. A Suécia é a campeã, com 40,4% dos assentos. A Espanha tem 36% de deputadas e oito ministras, metade do total. A menor proporção é a da Grécia, com 6,3%. No Brasil, os índices também são baixos: 8,2% na Câmara dos Deputados, 5,9% no Senado e três ministras, de um total de 35.
Foto:Nils Jorgensen/Rex Features
Luísa Diogo: primeira-ministra de Moçambique desde 2004, ela é economista e já esteve à frente do Ministério da Fazenda
De acordo com teóricas como a antropóloga Helen Fisher, as mulheres estão mais habituadas a exercer várias atividades ao mesmo tempo, além de ter uma visão mais ampla das situações. Mas o que elas podem aportar à política? 'As mulheres têm uma sensibilidade maior com questões sociais', afirma Anders Johnsson, secretário-geral da União Interparlamentária. Ele cita o exemplo da primeira-ministra da Nova Zelândia, Helen Clark. Desde que assumiu, em 1999, ela conseguiu equilibrar as finanças públicas, reduzir o desemprego e aumentar a rede de proteção social. Os entrevistados de uma pesquisa do Instituto Gallup acham que as mulheres se dedicam mais ao combate à pobreza e à educação, além de serem mais diplomáticas. Outro estudo aponta que elas são vistas como menos corruptas.
Novas chefes de Estado devem surgir em breve. Na França, a pouco mais de um ano das eleições, Ségolene Royal e Martine Aubry disputam a indicação do Partido Socialista. As pré-candidaturas geraram comentários machistas da oposição: 'Quem tomará conta dos filhos?'. 'Isso não é concurso de beleza'. 'Vocês pediram autorização aos respectivos maridos?'. Nos Estados Unidos, a republicana Condoleezza Rice e a democrata Hillary Clinton poderão se enfrentar na campanha de 2008. Actual secretária de Estado, Condoleezza foi apontada como a mulher mais poderosa do mundo pela revista 'Forbes'. A senadora Hillary ganhou popularidade ao enfrentar com dignidade as traições do marido, o ex-presidente Bill Clinton. Também suavizou sua opinião em temas como aborto e começou a marcar posição em relação à política externa americana. Será o maior confronto feminino pelo poder de todos os tempos.
Reportagem Globo
... Chile em completa ascensão económica, Finlândia o pais com mais qualidade de vida do mundo... Já era altura de dar um chuto no cu à brigada do reumático
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