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segunda-feira, fevereiro 12, 2007

Diario de uma Eleição

Levantei-me ás seis e quarenta da manhã. Era inédito, nunca me tinha levantado tão cedo num Domingo. Fui andando às pressas e lá subi a rua até à Junta. Quando lá cheguei estava um nevoeiro cerrado, ninguém nas ruas... um deserto. Em cima da hora prevista cheguei às 7 da madrugada.
Quando cheguei pensava que o estaminé já estava a ser montado, mas nem sinal, estava apenas a secretária da junta. Aos poucos tudo foi chegando: os boletins, os cadernos e os outros membros da mesa. Às oito da manhã chega o primeiro madrugador, só aquele eleitor devia ter direito a votar duas vezes de tanta pressa em fazê-lo. Até as nove da manhã, ia aparecendo Às pingas, quase que dava para dormir. Mas sabia que não iria ser assim, pois na mesa dos eleitores residentes à mais anos, são por norma os de idade superior a 40.
Estava já eu refastelado na cadeira por debaixo do ar condicionado, quando a vice-presidente em tom jocoso olhou e disse: "Deixe vir a missa das nove que já acorda". E assim foi, terminada a missa, mais parecia um peditório: era fila até à porta. E ai começam as confusões, tudo rápido dá sempre num eleitor mal assinalado ou num número que não bate certo... Pior só mesmo quando nos enganamos a anunciar o nome "Maria de Lourdes?!" Não senhor, sou Maria de Lurdes... emendem lá isso!

Depois há sempre os conhecidos que não descolam da mesa de voto, deixando a fila crescer eternamente, quando educadamente tenho de dizer que há mais gente a querer exercer o seu direito...
Mas, terminada a fase das missas, dá pra ir tomar o pequeno almoço oferecido pela junta aos carissimos menbros da mesa... sim pk a minha junta dá pensão completa! almocinho e tudo!
Com tanta pasmaceira torna-se engraçado olhar pra cara da pessoa e pensar este tem cara de quem vota sim, esta tem cara de quem vota não... Certo é que no fim a contar os votos tb há cotas marados... há desenhinhos, cruzes nos dois, sinais de mais em vez de cruz, poemas... há cotas pra tudo!


Depois há os vips, olha vêm ai o Sr Dr. X ou Y, depois há as tias os tios, mas ali é tratado tudo por igual, o dificil é mesmo pronunciar alguns nomes...
Pelo andar da carruagem, a participação estava a ser muito alta, e o dia estava péssimo, ora chovia ora parava de chover.

Pela internet havia noticias de participação baixissima, aliados a um tempo pouco convidativo para se fazer o que quer que seja.
A última hora custa sempre mais, são poucos os retardatários e o tempo custa a passar. Por isso decidiu-se adiantar serviço e começar a arrumar o que fosse dispensável.
Com a porta fechada, despejou-se a urna e estavam ali mais de 500 votos prontos para serem abertos e contados, mais do que uma vez, pk há sempre falhas. Naturalmente, estava a abrir imensos nãos e quase nunca apareciam votos brancos. O mais chato era quando apareciam votos que não estão em condições, porque temos de parar de contar e discutir entre os 5 se o voto está em condições... e tem de haver consenso!
Depois as contas não batem certo.... e agora? Estamos tramados... toca a contar tudo de novo... os cotas começam a ficar nervosos, pois já não têm idade para emoções fortes e aqui o jovem é que têm de preencher os documentos necessários com a divulgação dos resultados pró senhor da cambra, pro senhor procurador do ministério público e para o stape...

Depois disto, posso dizer-vos que é cansativo, com uma ou outra situação desagradável mas num Domingo sem Sol sabe bem sair com um chequezinho de 75 euritos no bolso :)

1 comentário:

à experiência disse...

Ora bem, o que vocemessÊ queria não era demonstrar uma atitude de civismo e dar o exemplo... Poixxxxx, tás certinho... Venha a pasta!!! :)