"Os números do Bareme de Imprensa confirmam que o mercado de imprensa diário português voltou a cair entre 2005 e 2006, confirmando uma realidade que os anteriores relatórios já haviam evidenciado.
Assim, quando comparados os valores do quarto trimestre de 2006 com o período homólogo de 2005, verifica-se que quase todos os jornais perderam leitores. A única excepção é o 24 Horas, que sobe duas décimas (de 2,4% em 2005 para 2,6 em 2006).
Entre os que descem, o DN é o que melhor resistiu à erosão do mercado editorial português, com uma oscilação negativa de cinco décimas (3,8 para 3,3%).
No pólo oposto, os jornais mais penalizados pelos seus leitores foram o Correio da Manhã, que cai 1,1% no espaço de um ano (10,6 para 9,5), e o Público, que mantém a mesma tendência de queda que já se havia verificado na variação trimestral, caindo 1,1 pontos percentuais (de 5,1 para 4,0%)." In DN
Aquilo que me apetece dizer é, sem dúvida que esta queda continua da leitura de jornais não me espanta. Eu já não me lembro de comprar um jornal, quando antigamente era capaz de comprar um jornal de vez em quando ou uma revista. E porquê?
1. A internet é um veiculo fundamental de informação. Gratuito, permite aos leitores ler a informação e selecciona-la. Mas seleccionar porquê?
2. Os leitores seleccionam porque, hoje em dia muito do que vêm num jornal tradicional não interessa: o Relax, os anúncios, a programação da Tv( é tão variada que já sabemos) o horóscopo ( variadissimo) os artigos de opinião que sofrem de falta de isenção e representam o corporativismo reinante na sociedade dos media.
3. E talvez o mais grave de tudo: a falta de ética e profissionalismo de redacções e jornalistas. Pela parte das redacções, é-lhes mais apetecivel encher páginas de "gordas" acerca dos famosos retiradas à pressa de revistas cor de rosa ( isto acontece muito no gratuitos). E por outro lado, dos grupos de jornalistas responsáveis pela escolha de temas: Nos Estados Unidos e aqui ao lado, quando o leitor compra o New York Times (sabe porque o editorial assume), ser de corrente de esquerda, se comprarmos o El Pais sabemos que é de esquerda. Em Portugal hipocritamente, os editoriais dos jornais são neutros. Mentira. Veja-se o JN, com noticias absurdas sobre o Porto, se eu fosse de Faro ou Braga e lê-se sobre o Porto diria que a nossa cidade é uma miséria só discordias escândalos ou desgraças. Um exemplo de baixo nivel que eu aqui já dei foi o do anúncio enorme a cor de laranja (uma cor que se usa imenso em anuncios de arrenda-se) sobre o arrendamento de um Teatro no Porto. Todo o leitor sabia que era o Rivoli.
A politiquice e o futebolês andam de mãos dadas com o Jornalismo. O jornal de desporto só vende se a Maria José Morgado decidir algo do Apito Dourado, ou se um grande tem na sua lista de preferências um jogador da 3a divisão do Brasil. Um jornal generalista só vende se vier algo do género " Novas escutas do envelope 9" "Apito Dourado em Nova Fase" ou melhor ainda assim tipo 24 horas "Ministro disse uma caralhada. A sua demissão é uma forte hipotese"
Espero por isso que sejam criteriosos e seleccionem o que querem ler e não o que vos querem fazer querer.
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